terça-feira, 23 de outubro de 2012

Moradores temem inundações no Jardim Alvorada.





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Todo final de ano é a mesma história: o alto volume de chuva e a falta de estrutura das ruas provocam enchentes e transtornam moradores, que muitas vezes têm seus moveis, e até mesmo imóveis, perdidos. Acostumada com fatos como esse, as comunidades das ruas Maria da Glória e Dartagnan Rodrigues, no bairro Jardim Alvorada, em Nova Iguaçu, se mostra preocupada com uma catástrofe, segundo os moradores, anunciada. 

“Com essa água que vem em dezembro, umas 100 famílias serão prejudicadas e terão suas casas invadidas”, afirma Cristofer Cruz, morador da Rua Dartagnan Rodrigues.
A preocupação das famílias se explica após o fechamento de dois terrenos localizados no final da Rua Maria da Glória. Segundo Cristofer Cruz, ao fecharem os terrenos com muros, os proprietários fecharam também o córrego que faz o excesso de água da chuva escoar. O não escoamento dessa água acarreta a inundação das casas. Ele afirma que, para evitar um caos maior, os próprios moradores quebraram parte do muro construído.
“A rua já enchia. Foi feita manilha no valão e, depois disso fecharam esses terrenos e a passagem [córrego]. Daí, a situação só piorou. A água que desce do morro não escoa, pois a rua foi fechada pelos muros”, afirmou.
Moradora da Rua Maria da Glória há 40 anos, Lucia de Oliveira, de 52, lembra que em decorrência das chuvas já perdeu vários móveis. 

“Todos os anos tenho que jogar meus móveis fora por causa da chuva”, lamentou. 
Os moradores informam que antes de fecharem os terrenos, os proprietários foram avisados sobre a existência da passagem de água. Mas, segundo eles, os donos dos lotes alegaram não existir córrego no local. Cansados do desinteresse em resolver o problema existente no bairro, um processo foi aberto junto à Prefeitura, com o objetivo de reabrir parte do terreno onde se localiza o córrego. Porém, desde a abertura do processo, nada foi feito para sanar a questão. Lucia reclama que a comunidade aguarda pela fiscalização municipal, que ainda não se fez presente no local. 
De acordo com a Prefeitura de Nova Iguaçu, o processo aberto pela comunidade do bairro Jardim Alvorada foi encaminhado para a Gerência Fiscal de Obras, órgão ligado à Secretaria das Cidades, e está sob a responsabilidade do fiscal Roberto Lessa, que fará fiscalização do local e, em caso de irregularidade, encaminhá-la à Prefeitura, para que a mesma tome as providências cabíveis.
A “vó” Josefa da Silva, de 73 anos, há mais de meio século moradora da rua, resume o desejo de cada morador: “Sou a primeira moradora da rua. Vim pra cá quando não tinha água, luz, nada. Era tudo aberto e a água do morro descia e escoava. Não tem que fechar o espaço. É errado”, afirmou indignada.


Fonte:Jornal Hoje

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