BRASÍLIA, RIO e SALVADOR - Advogados do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, protocolaram no início da noite desta sexta-feira explicações sobre aumento de seu patrimônio e suas atividades como consultor na empresa Projeto, em resposta ao pedido do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, feito na semana passada ,
Nem a Casa Civil nem o advogado do ministro, José Roberto Batochio, quiseram dar detalhes sobre o conteúdo do documento, alegando que, primeiro, o procurador-geral Roberto Gurgel tem que analisá-lo.
- Preparamos uma informação bem detalhada, mas vou pedir desculpa por não responder a sua pergunta. Seria uma descortesia com o procurador. Só ele, pode dar alguma informação - disse Batochio, ao ser indagado se tinha listado as empresas que contrataram os serviços de consultoria de Palocci.
Também nesta sexta-feira, o Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria da República no Distrito Federal, abriu investigação para apurar se o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, enriqueceu ilicitamente por meio da sua empresa de consultoria, a Projeto. A portaria com o pedido de investigação foi publicada no último dia 24, e o procedimento será conduzido pelo procurador da República no Distrito Federal Paulo José Rocha.
O procurador tem 90 dias para concluir a investigação, prorrogáveis por igual período. Caso seja comprovada a improbidade administrativa, o procedimento vira uma ação que segue para a primeira instância da Justiça Federal no Distrito Federal.
Jaques Wagner admite que ganhos de Palocci chamam atenção
Aliado de primeira hora da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, o governador da Bahia Jaques Wagner (PT) admitiu, nesta sexta-feira, chamar atenção os altos ganhos do ministro da Casa Civil Antonio Palocci, em tão pouco tempo, com sua empresa de consultoria. Ele estava sendo entrevistado ao vivo pelo apresentador Mário Kértesz da Rádio Metrópole de Salvador quando foi questionado sobre o caso do ministro.
- Eu reconheço, é óbvio que chama a atenção o volume de ganho que ele teve. Um ano de consultoria ganhar R$ 20 milhões todo mundo se surpreende que é um rendimento muito alto como também chamou atenção a questão lá do apartamento - declarou Wagner.
O governador se referiu também sobre o fato de Palocci ter passado informações privilegiadas como consultor.
- Sou daqueles que não quero nem incriminar nem inocentar antes da hora. É claro que até o momento, pelo menos, não tem nada de coisa pública envolvida. Em tese ele, quando era deputado e depois que deixou de ser ministro de Lula, em 2005, montou uma empresa de consultoria e foi contratado por várias empresas importantes. Óbvio, como ex-ministro da Fazenda é um cara que tem informações privilegiadas - disse defendendo que o ministro explique o mais rápido possível os seus ganhos.
- Eu sempre aconselho que o melhor caminho é o mais curto. Porque quando há um esclarecimento, se for consistente, eu entendo que a gente está absolutamente tranquilo - disse. - Quando mais demora (as explicações) não é bom para ninguém.
Wagner avaliou que o caso Palocci "tumultuou o ambiente político de Brasília na medida que ele é um ministro importante, um quadro do PT importante" e manifestou-se solidário com o colega de partido.
- Até prove em contrário eu tenho que estar solidário com ele até porque já vi muita gente ser enxovalhado e depois não se provar nada e fica tudo por isso mesmo. Mas é claro que, na política, quem é da oposição qualquer escorregão seu o cara vai aproveitar o máximo e criar um ambiente de confusão.
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